terça-feira, 3 de março de 2009

Vacina contra o cancro: mito ou verdade?

Tem vindo a circular pela Internet um alerta sobre a existência de uma vacina adjuvante como sendo um tratamento milagroso contra o cancro, incentivando os pacientes a procurarem a sua utilização.

Segundo informações divulgadas, o Grupo Genoa Biotecnologia, do Hospital Sírio Libanês, desenvolveu uma vacina que é 80% eficaz no combate ao cancro, tanto no estádio inicial da doença como em fases mais avançadas.

A vacina é fabricada com um pequeno pedaço do tumor do próprio paciente, sendo que em 30 dias está pronta e é enviada para o médico oncologista do paciente.

A origem da notícia remonta para 2001, quando foi desenvolvido um projecto denominado por Vacinas Terapêuticas com Células Híbridas Tumorais-Dendríticas para o Cancro Metastático, de forma a avaliar o benefício do uso de vacinas baseadas na fusão de células tumorais e células dendríticas em pacientes com carcinoma renal e melanoma metastático.

O projecto foi aprovado e as vacinas foram desenvolvidas no Laboratório de Patologia Cirúrgica e Molecular. São individualizadas, sendo utilizado um fragmento de tumor do próprio paciente para produção de doses exclusivas.

Os resultados do projecto inicial foram bastante promissores, tendo mesmo sido publicados na revista Cancer Immunology Immunotherapy em Setembro de 2004. Estas vacinas não substituem a Radioterapia e a Quimioterapia, mas podem contribuir como tratamento adjuvante, dado o seu papel na estimulação do sistema imunitário.Nos pacientes que tomaram no mínimo três doses, verificou-se a estabilização de 80% dos casos por períodos que variaram de 4 a 20 meses.

O Grupo Genoa Biotecnologia tem vindo a desenvolver projectos experimentais para o tratamento adjuvante com uma vacina de células dendríticas cuja inclusão nesses programas depende da análise do médico oncologista do paciente.

Pedro Santos

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